Em meio à baixa visibilidade, o jato em que Margerie estava se chocou com um caminhão de remoção de neve que manobrava na pista, matando também os três tripulantes da aeronave. Uma porta-voz da Total informou que Margerie foi a Moscou para participar de uma reunião com o conselho de investimentos estrangeiros. Ele mantinha relações próximas com inúmeros líderes mundiais, entre os quais o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

 

Em nota, a Total lamentou a morte de seu CEO) e disse que o pensamento dos administradores e colaboradores do grupo está com a mulher, filhos e entes queridos de Margerie e das demais vítimas do acidente.

 

Futuro  

 

O comitê de ética e governança da Total, composto por cinco integrantes, terá uma reunião “assim que possível” para discutir a sucessão do executivo-chefe e chairman da petrolífera francesa. 

 

O comitê, liderado por Thierry Desmarest, ex-CEO da petrolífera, fará recomendações ao conselho da Total, que deve se reunir nas próximas horas. Após abertura em baixa, as ações da empresa ampliavam os ganhos, em alta de 2,1% na Bolsa de Paris.

 

A inesperada morte do principal executivo da Total abre um período de incertezas em uma das maiores companhias francesas. Recentemente, a empresa elevou, de 65 para 67 anos, a idade de aposentadoria compulsória de seus executivos, o que abriu caminho para que Margerie seguisse no posto até 2018.

 

O acidente causou comoção no setor. O executivo-chefe da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden, disse nesta terça-feira estar “extremamente triste” com a morte de Margerie. “Meus pensamentos estão com sua esposa e família e com os milhares de colegas da Total”, disse van Beurden.

 

Considerado um “bon vivant”, que confessava gostar de “reality shows”, Margerie pertencia a uma família aristocrática, dona de parte da empresa que produz a champanhe Taittinger.  Conhecido como “bigodão” - pelo inusitado porte de seu bigode -, Margerie ingressou na Total em 1974, no departamento de Finanças, após se formar em administração. Seu mote era “vá onde o petróleo está”, o que o levou a viajar incansavelmente pelo mundo.