Houston (EUA) - A diretora geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, confirmou ontem para uma plateia de executivos da indústria petrolífera, em Houston, nos Estados Unidos, a realização da 13ª Rodada para 7 de outubro. Em visita à Offshore Technology Conference (OTC), um dos maiores eventos mundiais do setor, a diretora apresentou as áreas que serão ofertadas este ano e os potenciais ativos do próximo leilão do présal, previsto para 2016 ou 2017. E anunciou, ainda, simplificações no processo de qualificação nas próximas rodadas.
A ideia é fazer a qualificação apenas dos vencedores do leilão e pôr fim à préqualificação dos participantes. "Até a última rodada, havia uma necessidade de qualificação extensa. Neste ano, vamos simplificar isso, usar uma qualificação menor, mais simplificada", disse a diretora. Segundo Magda, na 11ª Rodada, realizada em 2013, a agência analisou mais de 3 mil documentos dos participantes.
De olho em potenciais investidores, a diretora aproveitou o evento para apresentar três potenciais áreas do polígono do présal das bacias de Campos, Santos e Espírito Santo e que podem ser ofertadas no próximo leilão no modelo de partilha: PauBrasil, Saturno e Peroba. Devido ao grande porte das áreas, tudo indica que apenas uma delas seja ofertada.
Segundo Magda, a intenção da apresentação foi para mostrar que há oportunidades de investimento além da 13ª Rodada, que deve ofertar 269 blocos em dez bacias: Amazonas (sete blocos), Parnaíba (22), Potiguar (71) e Recôncavo (85)? e nas bacias marítimas de SergipeAlagoas (10), Jacuípe (4), CamamuAlmada (9), Espírito Santo (7), Campos (3) e Pelotas (51).
A inclusão da bacia do Amazonas, contudo, ainda é incerta, porque a agência ainda não possui aval do órgão ambiental para que os blocos sejam ofertados, informou Magda. A região abriga o bloco AMT84, onde a Petrobras comunicou uma descoberta importante de óleo leve, em abril.
O portfólio da 13ª Rodada inclui desde bacias maduras até novas fronteiras ainda pouco exploradas. É o caso da Bacia de Pelotas, que concentrará a maior parte, ou 60%, dos blocos marítimos da rodada. A intenção do governo é atrair para a área petroleiras que atuam na costa uruguaia, como as britânicas BP e BG e a francesa Total. De acordo com o dados da ANP, apenas 12 poços marítimos foram perfurados na região e só quatro blocos estão sob concessão.
Outra nova fronteira é Jacuípe, no litoral baiano. Apenas um poço foi perfurado na bacia, que entra pela primeira vez numa rodada. O grande trunfo de Jacuípe é estar próxima da bacia SergipeAlagoas, grande aposta da agência. A região abriga importantes descobertas de óleo leve em águas profundas nos últimos anos: foram 22 indícios de óleo e gás desde 2011.
A ANP também incluiu na rodada a bacia de Parnaíba, que abriga o polo de Gavião Real, onde a Parnaíba Gás Natural produz 4,8 milhões de metros cúbicos diários de gás. O apetite pela área, contudo, ainda é uma incógnita. Na 11ª Rodada, todos os sete blocos ofertados foram negociados. Na licitação seguinte, contudo, o interesse foi reduzido e apenas uma das 32 áreas ofertadas foi leiloada.
Fora as novas fronteiras, a ANP também aposta em velhas conhecidas, como Campos e Espírito Santo, que ainda são bastante atrativas. Na 11ª Rodada, por exemplo, todos os seis blocos oferecidos no Espírito Santo foram negociados.
Outras duas bacias maduras incluídas são Potiguar onde 14 dos 20 blocos oferecidos na 11ª Rodada foram arrematados e Recôncavo. Quarta maior produtora de óleo do país, a bacia baiana despertou na 11ª e 12ª rodadas a atenção de empresas interessadas no potencial não convencional. A decisão da Justiça Federal de suspender o faturamento hidráulico na região, contudo, pode tornar o ambiente menos favorável a ofertas no leilão deste ano.
Já CamamuAlmada abriga Manati, um dos maiores campos de gás do país. Dificuldades no licenciamento, contudo, pesam contra o sucesso da área.
Fonte:Valor Econômico
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