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Relatório interno da Petrobras revela causas de explosão em navio no ES
Acidente aconteceu há 4 meses e deixou nove mortos e 26 feridos. Estatal foi procurada e disse que não comentaria o tema
11/06/2015

 Vitória (ES) - Uma sucessão de erros que envolveu falhas técnicas, de procedimentos e de tomada de decisões é o que resume a explosão na casa de bombas do navio-plataforma Cidade de São Mateus, da norueguesa BW Offshore e afretado à Petrobras, que deixou nove mortos e 26 feridos, há quatro meses no Espírito Santo. A reportagem teve acesso a um documento da estatal que aponta quais foram as causas do acidente.

De acordo com o relatório interno, a instalação de uma peça fora dos padrões necessários para o sistema, a falta de planejamento e de análise de riscos durante a troca de linhas que faziam a transferência de fluidos de um tanque para o outro, o envio de equipes para a casa de bombas mesmo com o alarme acionado e a ausência de simulações anteriores que preparassem os profissionais para esse tipo de situação de risco comprometeram a realização de procedimentos usuais no FPSO.

 
Apesar de o boletim ser divulgado entre equipes operacionais pela própria Petrobras para evitar que situações como essa se repitam, ao ser procurada, a estatal disse que não comentaria o tema. Já a BW não deu retorno.
 
O pior acidente da história do Espírito Santo no setor de petróleo e gás e o mais grave do país dos últimos 14 anos aconteceu no dia 11 de fevereiro. O navio está posicionado a cerca de 40 quilômetros da costa, na altura de Aracruzx, na região Norte do estado.
 
Ao todo, nove trabalhadores morreram no acidente. Três corpos foram encontrados no mesmo dia em que ocorreu a explosão. Outros dois foram achados no dia seguinte, 12 de fevereiro. A sexta vítima só foi localizada cinco dias depois, no dia 17. Já o corpo da sétima vítima foi encontrado no dia 26. A oitava vítima foi localizada no dia 28 e a nona no dia 2 de março, 19 dias após a explosão. Segundo a ANP, 74 pessoas estavam embarcadas, 26 ficaram feridas.
 
O jornal A Gazeta teve acesso a um documento da estatal que aponta quais foram as causas da explosão.
 
Uma fonte ligada à Petrobras detalhou que meses antes do acidente, um terminal cego (flange) foi instalado no circuito que fazia a transferência de água e óleo condensado, mas a resistência à pressão dessa peça era inferior à demandada pelo sistema.
 
Ainda de acordo com a fonte, a incompatibilidade do equipamento só veio à tona no dia da explosão, quando, por um erro na abertura e fechamento das válvulas, a pressão em uma das linhas aumentou fazendo com que o flange se abrisse antes mesmo de o sistema de segurança desligar a bomba. Como consequência, houve vazamento de gás e, posteriormente, a explosão.
 
Outro erro grave apontado pelo boletim da Petrobras foi o fato de equipes terem sido enviadas à sala de bombas. “A resposta da emergência que analisou o ocorrido fez um retrato equivocado da gravidade do cenário, permitindo que a equipe, mesmo com os alarmes de gás, adentrassem a sala das bombas por três vezes”, reconhece o documento apresentado em inglês.
 
No item do documento “o que fazer para evitar o acidente”, a primeira orientação é: proibir a entrada de pessoas em áreas com atmosfera inflamável. Recomendação que não foi seguida.
 
Investigações
Aliás, os esclarecimentos sobre as causas do acidente e a situação da plataforma no litoral de Aracruz não vêm sendo detalhados nem pela Petrobras nem pela BW. Questões como quando o navio vai deixar o litoral capixaba e o tempo sem operar não foram reveladas, apesar de informações não oficiais indicarem que o FPSO pode levar 1,5 ano para ser consertado em estaleiro.
 
Até o momento, somente a Marinha confirmou oficialmente a conclusão das investigações: “Um vazamento de substância inflamável na casa de bombas foi a causa da explosão. Fatores materiais e operacionais contribuíram para o acidente”, informou por nota ao citar que o relatório será encaminhado ao Tribunal Marítimo.
 
Outros órgãos federais que avaliam as causas da explosão explicam que estão finalizando as análises. O Ministério do Trabalho deve terminar o relatório ainda neste mês. Já a Agência Nacional do Petróleo explica que deve levar ainda mais dois meses. O Ibama também está na etapa final de conclusões.
 
Segurança
Números de ocorrências englobam casos leves e graves desde 2006 no Espírito Santo. Acidentes graves, muitas vezes fatais, no setor de petróleo têm crescido nos últimos anos. Dados do INSS mostram mais de mil ocorrências no Espírito Santo desde 2006: cerca de 230 tiraram os trabalhadores por mais de 15 dias das atividades laborais.
 
Segundo o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), nos primeiros três meses deste ano foram registrados 35 incidentes com maior gravidade no Espírito Santo. Todos aconteceram com trabalhadores terceirizados. O número, aliás, é maior do que o ano passado, quando sete prestadores de serviços foram vítimas de erros no trabalho.
 
Para o presidente do Sindipetro, Paulo Rony, a explosão no FPSO Cidade de São Mateus precisa de apurações mais detalhadas. “Em relatório sobre o acidente, a BW e a Petrobras  culpam os funcionários. Não aceitamos assinar o documento. O maior erro, ao nosso ver, foi de gestão. É preciso que a Polícia Federal encontre o verdadeiro culpado pela tragédia, já que mudanças de projetos e procedimentos requerem treinamentos”, disse Rony.
 
Famílias
Em meio ao sofrimento, famílias das vítimas do acidente no FPSO buscam na Justiça indenizações e o direito de receber seguros pela morte dos trabalhadores. Já tramitam ações com pedidos milionários de reparação financeira. Há casos de parentes que pedem R$ 2 milhões em compensação.
 
Muitos familiares, dos nove trabalhadores mortos na explosão, alegam que a BW e a Petrobras  não têm dado assistência financeira nem psicológica. É o caso dos parentes de Tiarles Correa, uma das vítimas.
“Minha mãe ficou com depressão e, há uma semana, morreu. Acredito que o acidente abalou a saúde dela”, diz Thiago Correa. Ele, o irmão Abel Correa e a mulher de Tiarles, Mayara Lima, estão com ações na Justiça.
 
Outros familiares das vítimas questionam a ausência de transparência: “Até hoje não sabemos o motivo do acidente. Ninguém das empresas nos procurou para esclarecer como tudo aconteceu”, explica Ayres de Oliveira Junior, cunhado de outro trabalhador morto, o Alexsandro de Souza Ribeiro.
 
Segundo Ayres, a família de Alexsandro ainda não recebeu o seguro DPEM, benefício semelhante ao DPVAT, pago em casos de acidentes no mar. “A empresa não havia nos alertados sobre esse direito. Descobrimos por acaso com a Marinha. Demos entrada na seguradora, no entanto, até agora não recebemos nada”, acrescenta.
 
Fonte:G1

 

 
 



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