English
Português

Skip Navigation Links
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
UTILIDADES
MACAÉ OFFSHORE
ANUNCIE
FALE CONOSCO
CADASTRE-SE
LOGIN
 
 
 
 
 
 
Que tipo de informações relacionadas ao setor de petróleo e gás você deseja ler mais na Macaé Offshore?

Votar Ver resultados



jooble.com.br
 
 
Matérias / Óleo e Gás
 
Petrobras: tolerância zero com desvio ético
Reduzir o endividamento da estatal é a meta do seu presidente
14/03/2018

Desde que voltou de Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, está imbuído da defesa do petróleo. Diz que haverá lugar para o petróleo por muito tempo. Para ele, o combustível ainda será predominante no mundo em 2050, mas há um período de transição pela frente em que o petróleo cede lugar para o gás natural. E a Petrobras está antenada com esse momento. Parente afirmou que a Petrobras está interessada em buscar parcerias para aumentar a participação da produção de gás natural no Brasil.


Logo ao desembarcar no Brasil, Parente foi direto para a sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no Rio, onde assinou os contratos de novas áreas de concessão arrematadas pela Petrobras em 2017. Atualmente, os campos do Brasil têm 80% de petróleo e 20% de gás natural, geralmente associado, ou seja, o gás não pode ser explorado independentemente do petróleo. A ideia é equalizar essa balança, mesmo que seja para investir mais em gás no exterior. Se vai investir em novos leilões? Claro. A Petrobras está sempre de olho nas melhores oportunidades do mercado, garante, destacando, porém, que a estatal será seletiva.

Para ele, 2018 é um ano de consolidação importante. Somente isso. Não se alongou na resposta à pergunta feita à exaustão para outros CEOs. Ainda sob a sombra da Lava-Jato que arrastou a Petrobras dos noticiários econômicos para o Político e até policial, Parente é cuidadoso. Admite a interferência direta e diz que a empresa contribui para as investigações.

Como o senhor define 2018?
Esse é um ano de consolidação importante.

Quais as prioridades da Petrobras para este ano?
Vamos dividir a conversa em três aspectos, que são importantes para a empresa. Sob o ponto de vista da segurança, nós estamos sendo bastante ambiciosos com a métrica que estabelecemos no nosso planejamento estratégico previsto para o período entre 2018 e 2022. Para esse ano o limite máximo aceitável é de um acidente por um milhão de homens/horas trabalhadas. Isso considerando acidente sem afastamento. Esse indicador já nos coloca na média das melhores empresas globais. Nós já tivemos um avanço muito bom, muito positivo, entre 2016 para 2017 e queremos reproduzir esse avanço em 2018, antecipando em dois anos uma meta que havíamos estabelecido num plano anterior. Então, estamos com muita ênfase no plano de segurança. E queremos deixar claro que não faremos nada nessa empresa que não esteja prestando atenção na segurança, especialmente em segurança de pessoas, mas também segurança do meio ambiente, e segurança de nossas instalações. Primeiro ponto fundamental é esse.

Segundo ponto: em 2018, nós vamos iniciar operações de oito novos sistemas de produção de grande porte e isso é um trabalho monumental, um esforço muito grande da empresa, que vai ser, sem dúvida nenhuma, o ano recorde de colocação de sistemas de produção deste porte. Nós estamos falando de unidades que produzem cada uma 100 mil a 150 mil unidades de barris de petróleo por dia. É extraordinário. Também começaremos a produção da área que foi concedida para a Petrobras, por meio da cessão onerosa. Tudo isso vai preparar a empresa para um salto de produção em 2019. Nós não abrimos os números de produção em 2019, só damos os números em relação a 2022, mas só de olhar o gráfico referente a esse período, sabemos que haverá esse salto no ano que vem. Há uma curva de inflexão que só acontece novamente em menor porte em 2021 com a entrada de mais seis sistemas de produção. No total, temos 19 sistemas de produção entrando em operação até 2022”.

O senhor acredita que, de alguma maneira, a corrida eleitoral possa atrapalhar esses planos?
Aí, entra o terceiro aspecto sobre o qual eu ia falar, que trata do ponto de vista do equacionamento financeiro da empresa, o equacionamento da dívida. Nós temos para 2018 a necessidade de completar a meta de US$ 21 bilhões (*de vendas de ativos). Nós já fizemos quase US$ 5 bilhões, mas como sempre acontece em anos de eleição, dependendo dos que estão liderando, a corrida eleitoral pode ter algum tipo de impacto. Mas estamos trabalhando muito focados no nosso plano, e vamos cumprir o nosso plano, vamos cumprir a nossa meta.

Veremos a Petrobras presente nos leilões de novas áreas exploratórias?
Para 2018, podemos ver a Petrobras, como já dissemos em 2017, sempre presente nos leilões, mas de maneira seletiva. Realmente vamos otimizar os nossos recursos. Para nós, obviamente todas as áreas do pré-sal são muito boas, com boas informações, e entre todas essas áreas muito boas, nós queremos participar daquelas que são melhores entre as melhores. Seremos seletivos.

 
Entre as áreas existentes hoje no portfólio da Petrobras, há interesse na venda de algumas delas, inclusive no pré-sal?

Em nosso portfólio temos por exemplo áreas em terra, ou em águas rasas, das quais podemos nos desfazer. Ou mesmo pensar no contexto de parcerias, como as que já anunciamos, como a entrada da Statoil num campo importante (do pré-sal), que vai nos ajudar a aumentar o fator de recuperação desse campo, por conta da experiência da empresa. Recentemente também fizemos uma parceria importante com a Total... então estamos muito ativos, numa gestão muito forte e ativa de portfólio. E o que é isso? É basicamente avaliar cada ativo, avaliar nosso portfólio e, ao perceber que um ativo aumentou o risco, ou reduziu o valor do portfólio, a gente vê aquele ponto como um candidato a um desinvestimento. E vice-versa: se aumenta o valor e diminui o risco, aquele item tem uma prioridade para continuar em nosso portfólio. Então, repito, é uma gestão muito ativa de portfólio, como todas as empresas do mundo fazem. Há situações em que há um determinado ativo que representa um acréscimo de valor diferente para nós em relação a um outro interessado, em função das características de cada empresa, que são diferentes – e isso se aplica tanto a valor quanto a risco – e é isso que transforma esse mercado num mercado extremamente dinâmico. O fato de, eventualmente, na nossa visão aquele ativo piorar a resultante do valor de nosso portfólio, para um outro player pode ser diferente. Isso foi o que aconteceu na área de Carcará, que para a Statoil fez todo o sentido adquirir, ao mesmo tempo que para nós, fazia sentido desfazer”.

Pensando na atual política de preços da Petrobras. Haverá novas mudanças como a que foi feita para o preço do GLP? Há novas mudanças ou haverá continuidade?

Sem dúvida haverá continuidade. É importante que se perceba que nós não somos definidores da política de preços. Nós apenas refletimos no nosso preço o preço do mercado internacional, que é um mercado de commodities, onde se tem milhares de compradores operando todos os dias e formando preços. Então, por definição, é o melhor preço que é formado no mercado de commodities com essas características. Seria uma prepotência nossa, uma presunção, achar que a gente pode ter preços diferentes daqueles que são determinados no mercado internacional. Além de um registro importante que é o fato de que do preço final que o consumidor paga na bomba, grosso modo, no máximo um terço se refere ao valor cobrado pela Petrobras. A diferença é a margem dos distribuidores, revendedores, e dos impostos. Essa colocação tem que ser feita nos devidos termos para poder qualificar a discussão, porque senão são atacadas questões equivocadas.

De que forma afetam diretamente a Petrobras as reformas trabalhista e previdenciária, ou mesmo a atual questão política?

A Reforma trabalhista certamente tem impactos importantes para todas as empresas do País. É uma reforma fundamental, inclusive para trazer um dinamismo maior para o mercado de trabalho e, como se viu em outros países, poderá reduzir o nível de desemprego. Afinal, quanto mais rígido o mercado de trabalho, existe uma ligação entre o nível de desemprego, o nível de emprego, e a informalidade na relação de emprego. Já com relação à reforma da previdência, o impacto é bem mais indireto, na medida em que a reforma é fundamental para o País, e melhora o ambiente de negócios e a perspectiva, ou a expectativa, sobre o funcionamento e o sucesso da economia brasileira. Nesse sentido é que talvez ela possa afetar (os negócios da empresa).


A Lava-Jato, que devastou a companhia, ainda tem interferência dieta na gestão financeira da empresa?
Naturalmente as investigações ainda implicam, de acordo com o que é a visão da Justiça, da Polícia Federal e do Procurador sobre esse assunto. Nós não temos nenhuma interferência, pelo contrário, contribuímos com informações, com insistência no processo. Isso vai continuar enquanto a Justiça e a Polícia Federal entenderem que é necessário e não temos nenhuma manifestação a fazer, a não ser continuarmos com a nossa disposição de colaborar e a nossa absoluta intransigência com qualquer tipo de desvio ético que possa existir dentro da empresa. Tolerância zero para desvio ético, corrupção etc. Sob o ponto de vista da reputação da empresa e mais especificamente do impacto que isso teve em outras questões, como na dívida da empresa, nós estamos trabalhando numa trajetória que é adequada, para a redução do endividamento, mas não chegamos no ponto que desejamos ainda. Temos uma meta de endividamento em torno de 2,5 versus nossa geração de caixa de 2018, e na visão do nosso plano atual, que é de 2022, já estar com nível bastante alinhado com as principais empresas do setor.

Foto: Revista Época
 



comentários


 
Ver Edições Anteriores
View previous issues
publicidade
 
 
 
 
 
Energia
Petr. WTI (NY) US$ 52.42
Petr. Brent (LON) US$ 55.27
Gás Natural US$ 3.16
Gasolina ¥ 48,770
Atualizado diariamente
 
 
publicidade