Brasília (DF) - A presidente da Petrobras, Graça Foster, reafirmou que documentos enviados ao conselho de administração sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), omitiu a existência da “cláusula de saída” que beneficiava o sócio belga, a Transcor Astra.
Em audiência pública no Senado na manhã desta terça-feira, a principal executiva da estatal confirmou o posicionamento da presidente Dilma Rousseff, que alegou ter aprovado o negócio sem ter conhecimento da cláusula “put” e da cláusula Marlin, que assegurava retorno para a Astra.
Segundo Graça Foster, o conselho, que era presidido por Dilma e do qual ela fazia parte, foi “mal informado” sobre a transação de Pasadena.
Ao falar sobre a operação de compra da refinaria americana, Graça defendeu as premissas que embasaram a decisão. Ela ressaltou que a companhia, antes da crise financeira de 2008, tinha margens “muito boas”. “Precisávamos refinar o óleo pesado Campo de Marlim fora do país”, afirmou.
“Não existe operação segura 100%, em qualquer atividade comercial e, certamente, na indústria de petróleo”, disse Graça Foster aos parlamentares. Ela lembrou que, em 2005, a ampliação de refino fora do Brasil era decisão estratégica.
No caso de Pasadena, a refinaria estaria localizada em um grande “hub” no maior mercado consumidor mundial, afirmou. Graça informou que o Citigroup deu aval para aquisição de Pasadena, com ressalvas comuns.
Ao iniciar sua apresentação, a executiva disse que as refinarias no Brasil estão com o cronograma dentro do previsto. Segundo Graça, as refinarias vão demandar US$ 38,7 bilhões até 2020. Em Pernambuco, a Abreu e Lima tem 37% de realização física concluídas na refinaria Abreu e Lima. Para ela, o planejamento financeiro de Abreu e Lima e Comperj está em dia.
Fonte: Valor
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