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Entrevistas / Marcos Capute
 
  Mais desenvolvimento para o Rio de Janeiro
Marcos Capute fala da como missão desenvolver medidas que visem dar continuidade a projetos já existentes e impulsionar novos que podem dar certo alento à cadeia produtiva de O&G no Rio de Janeiro

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços
01/07/2015

Por Rodrigo Leitão

 
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços tem novo comando. Marcos Capute é o atual responsável pela pasta, que tem, entre outras atribuições, desenvolver políticas de fomento para a indústria de óleo e gás do estado fluminense. Assumindo o cargo num momento crítico para o segmento, que vive uma crise política por conta das denúncias de corrupção na Petrobras e forte queda no preço do barril do petróleo no mercado internacional, Capute terá como missão desenvolver medidas que visem dar continuidade a projetos já existentes e impulsionar novos que podem dar certo alento à cadeia produtiva de O&G no Rio de Janeiro.
 
Engenheiro eletricista formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Marco Capute ingressou na Petrobras, em 1979, onde fez curso de especialização em Comércio e Suprimento de Petróleo e Derivados. O novo secretário tem, também, pós-graduação na área de Administração - MBA Executivo - na COPPEAD/UFRJ e fez curso de extensão em Estratégias de Marketing na Harvard Business School, em Boston, nos Estados Unidos.
 
Confira, a seguir, a entrevista concedida à Macaé Offshore:
 

MACAÉ OFFSHORE - Como se deu o convite para o cargo de secretário e como a sua experiência profissional será importante para desempenhar o cargo de secretário da Sedeis?

MARCOS CAPUTE -
Estava dirigindo uma fundação que detém uma universidade, na minha cidade.  Eu tenho uma amizade muito grande com o Julio Bueno. Trabalhamos juntos na Petrobras. Como trabalhei firmemente nessa área de energia e gestão, tanto no setor público como privado, é possível que eu tenha uma contribuição para dar nessa secretaria. Daí eu acho que partiu o convite do governador Pezão, com apoio do secretário Julio Bueno.
 
M.O. - Na sua avaliação qual é o seu maior desafio?

M.C. - A maior desafio da nossa gestão será desenvolver as PPPs (Parcerias Público-Privadas). Nós vamos ter que buscar oportunidades, para que o setor privado entre em obras de infraestrutura do governo. Para que setor nos ajude a fim de que os investimentos não fiquem só a cargo do governo. Nós vamos procurar onde essas janelas de oportunidades aparecem, com retorno para a iniciativa privada, e que possam trazer um crescimento ao estado e atendimento às necessidades da população, principalmente de renda mais baixa.
 
M.O. - O senhor assume a secretaria num momento delicado para o mercado de óleo e gás no mundo passa por um momento de baixa, sobretudo em função da queda do preço do petróleo no mercado internacional. O senhor pode falar sobre os impactos econômicos no Rio de Janeiro decorrente desse quadro?

M.C. - Temos defendido a tese de que o setor petróleo no Brasil, e em particular no estado do Rio, em um cenário de longo prazo, continua com todos os fundamentos de atratividade técnico-econômico, a saber: 1) reservas significativas (pré-sal estimado em 80 bilhões de barris recuperáveis), 2) tecnologia offshore (a Petrobras já comprovou sua liderança tecnológica e continua desenvolvendo tecnologia de exploração e produção em águas profundas, no Cenpes, maior centro de P&D da América Latina, e, este ano, a Petrobras ganhou o maior prêmio de tecnologia que a indústria do petróleo oferece, o OTC Awards, premiando 10 novas tecnologias desenvolvidas pelo Cenpes, que será recebido em maio na edição deste ano; 3) condições geopolíticas favoráveis na bacia do Atlântico Sul, próxima aos EUA e fora das áreas produtoras com potencial de conflito e risco de descontinuidade de suprimento, 4) crescimento da demanda mundial de petróleo, em termos absolutos, e 5) disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos.
 
Desta forma, considero que a crise do setor petróleo que o Brasil atravessa é uma crise conjuntural e passageira no médio prazo, e a Petrobras deverá retomar os níveis de investimentos que vinha praticando, mesmo que com alguma diminuição, continuam altos. Com relação ao mercado internacional de petróleo, a volatilidade do preço do barril de petróleo continuará alta; a tendência, segundo a maior parte do setor e agências internacionais, é que o preço deverá se situar em torno de US$ 75/bbl, no curto prazo, e, em médio prazo, por volta de US$ 100/bbl. Quanto à redução de encomendas, pode ser que ocorra uma diminuição no nível de contratação, mas isto não significa que não haverá mais encomendas; podemos citar, para exemplificar, a recente notícia sobre contrato assinado entre a Petrobras e a Technip (fabricante de tubos flexíveis offshore) de 500 milhões de Euros, por dois anos.
 
Temos informação de outros fabricantes de equipamentos submarinos, como a FMC, e prestadores de serviços offshore, como a Schlumberger, que estão procurando novas áreas para expansão de atividades no estado do Rio para fazer frente as encomendas já contratadas pela Petrobras. A Aker Solutions está investindo em nova unidade fabril em Macaé,e a JDR (fabricante de umbilicais) acabou de inaugurar uma unidade fabril também em Macaé.
 
M.O. - A infraestrutura e logística do petróleo representam grandes desafios para o estado. O senhor poderia falar sobre projetos que devem ser encampados pelo governo do estado do Rio para os próximos anos?
 
M.C. - O governo do estado vem auxiliando em processos que visam a melhoria da infraestrutura do Rio de Janeiro. A infraestrutura portuária do Rio de Janeiro é bastante competitiva. Já em atividade, temos o Porto do Rio, o Porto de Macaé, o Porto de Itaguaí e o Porto do Açu. Em fase de elaboração ou execução de novos projetos, temos o novo porto de Macaé, o Terminal da Ponta Negra, em Maricá, e o porto da Barra do Furado ? entre Quissamã e Campos -, que irão consolidar ainda mais o Rio de Janeiro como hub logístico para as operações da Petrobras e outras operadoras no pré-sal.
 
No segmento de infraestrutura logística, podemos citar o Terminal Multimodal de Queimados, com investimentos de R$ 240 milhões, que irá aliviar gargalos do transporte ferroviário no estado. O empreendimento terá capacidade para transportar dois milhões de toneladas de cargas de alto valor agregado por ano, no maior centro consumidor do país: o eixo Rio - São Paulo. O empreendimento irá gerar cerca de 1,3 mil empregos diretos no município. Não podemos nos esquecer do Arco Metropolitano, já em operação, que interliga as regiões de Itaguaí a Itaboraí, tornando mais competitiva a logística do estado. Os quatro estados do Sudeste se beneficiam com este empreendimento.
 
Eles terão uma redução maior no custo do transporte utilizando o Porto de Itaguaí, com destaque para a região do Vale do Paraíba, tanto no lado do Rio de Janeiro quanto no de São Paulo, onde essa economia poderá chegar a 20%. Outros três estados, apesar de mais distantes (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), ainda teriam uma redução de até 2,5% no frete ? percentual que pode significar a diferença entre ter um produto competitivo ou não para exportação. Outro setor importante, com impacto direto para o desenvolvimento do setor de O&G, é o naval, onde o estado do Rio é altamente competitivo, possuindo cerca de 50% de toda capacidade de estaleiros instalada no país. Para o setor naval, estamos direcionando nossos esforços também na atração de investimentos da cadeia de subfornecedores, em pequenas e médias empresas de alto conteúdo tecnológico.
 
Estamos tratando da dragagem da Baía de Guanabara, fundamental para garantir o acesso aos estaleiros e bases de logística da região portuária de Niterói e São Gonçalo. Todas essas ações visam a melhoria direta não só da indústria do petróleo, como também da infraestrutura necessária para a operação offshore do pré-sal. Para auxiliar nesse processo, o estado do Rio, através da secretaria de Desenvolvimento Econômico, dispõe de duas agências de desenvolvimento para apoiar a implantação de investimentos, nacionais e estrangeiros, no território fluminense: a Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial), e a AgeRio (Agência Estadual de Fomento), que financia projetos de todos os portes, desde o microempreendedor à grande empresa.
 
M.O. - Outro problema que a queda no preço do petróleo causa é a diminuição da receita dos royalties, que foi tida pelo governo do estado como uma das principais fontes de receita. Como administrar essa perda para o estado do Rio de Janeiro?
 
M.C. - De fato, as receitas de royalties e participações especiais são indexadas pela ANP, ao preço internacional do petróleo. Com a recente queda no preço petróleo, o Rio de Janeiro, estado que possui maior receita dos royalties e PEs, teve uma significativa perda de receita. Mas como mencionado anteriormente, a flutuação do preço do barril de petróleo possui volatibilidade, tendendo a se recuperar, parcialmente, no curto prazo. O estado do Rio vem diversificando e aumentando expressivamente o seu parque industrial, o que nos dá um colchão de amortecimento para a redução da receita do setor petróleo.
 
Podemos citar, como exemplos, os investimentos no setor automotivo, com a instalação de montadoras como a Nissan, Peugeaut/Citroen, Jaguar Land Rover, na região do Médio Paraíba. Com estes empreendimentos, já se iniciaram os investimentos complementares para o desenvolvimento da cadeia de subfornecedores, aumentando a atividade econômica do Estado com empregos altamente qualificados e já apresentando significativa contribuição de receita tributária.
 
M.O. - Quais são os projetos que a Sedeis irá desenvolver para o segmento de óleo e gás no estado nos próximos anos?
M.C. - Daremos continuidade às políticas que vinham sendo desenvolvidas para o setor de O&G na gestão do atual secretário de Fazenda Julio Bueno. O governo do estado do Rio de Janeiro estabeleceu uma agenda prioritária, em articulação com os principais atores do setor petróleo no país e no estado, como a Petrobras, ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), ministérios de Energia e de Desenvolvimento, Firjan Sebra-RJ, Onip (Organização Nacional da Indústria e Ibp, além das empresas fornecedoras de bens e serviços instaladas no território fluminense, de forma a alavancar os projetos em andamento, de atração de investimentos para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores e subfornecedores do setor de O&G. O segmento subsea é nossa prioridade.
 
M.O. - O senhor poderia dar mais detalhes de como esse segmento será tratado pela secretaria?
M.C. - A grande âncora do setor petróleo no estado do Rio, hoje, é a política o fortalecimento do ?hub? de fabricação de equipamentos e prestadores de serviços do setor de O&G no território fluminense. Nisto se enquadram os projetos do Cluster Subsea e do Polo Naval Offshore. Tratam-se de políticas e ações para atração de investimentos na cadeia de fornecedores e subfornecedores dos fabricantes de grandes equipamentos offshore e/ou submarinos, com prioridade para as pequenas e médias empresas de alto conteúdo tecnológico para se instalarem no estado do Rio.
 
O segmento de subsea é, hoje, o com maior inovação tecnológica da indústria do petróleo, e o estado do Rio possui o maior centro de P&D em tecnologias offshore e subsea, que é o CENPES da Petrobras, apoiado pelos centros de P&D instalados no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, além de centros universitários de excelência, como a UFRJ, a Uerj e a Puc-RJ. A questão tecnológica é, a nosso ver, fator de diferenciação competitiva do setor, e as políticas públicas devem ser orientadas para a concentração dos investimentos nos polos de tecnologia existentes. A experiência mundial mostra que tecnologia se desenvolve em clusters.
 
M.O. - Como o senhor observa os investimentos do setor de óleo e gás a médio e longo prazo para a economia do Rio de Janeiro como um todo?
 
M.C. - Segundo dados da Agência Internacional de Energia, até 2035 serão investidos U$ 90 bilhões por ano no Brasil, com 71% destes investimentos sendo do setor petróleo. O Rio de Janeiro produz cerca de 70% de todo o petróleo produzido no país. A nosso ver, a maior parte destes investimentos será aplicada no estado do Rio de Janeiro. Esta estimativa e a política federal de aumento do conteúdo local no país são os dois principais vetores de estimulo à atração de investimentos para o setor de O&G no estado.
 
M.O. - E em relação ao Programa Rio Capital da Energia, como ele pode beneficiar ou diminuir algumas perdas do segmento de óleo e gás no estado para os próximos anos?
 
M.C. - Um dos pilares do Rio Capital da Energia é a inovação. Nesse sentido, o programa apoia projetos de desenvolvimento tecnológico. E um dos destaques da carteira de inovação na área de óleo e gás é o projeto de desenvolvimento de energias renováveis para o funcionamento de equipamentos subsea, com enfoque em águas ultraprofundas do pré-sal. Este trabalho é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com apoio da Onip, da Firjan e da Petrobras/UTE Leonel Brizola. No desenvolvimento desse projeto foram identificadas tecnologias inovadoras a serem atraídas para o Rio de Janeiro, a fim de consolidar um cluster subsea no estado. Este é um fator muito importante, visto que o desenvolvimento das reservas do pré-sal vai exigir inovação para reduzir custos e aumentar a recuperação dos volumes de óleo e gás.

 

 

 
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